terça-feira, 7 de junho de 2011

"just an empty space"




Um vazio me persegue depois que tudo terminou. É como se eu não tivesse com quem lutar e nem por quem lutar. São muitos planos futuros que vou ter que concretizar sozinha, são eles que me movem, mas a longo prazo. Agora, não tem nada que me faça querer levantar da cama e batalhar, simplesmente não existe um objetivo pra esse momento, e isso me assusta. Também me entristece. Não consigo me imaginar loucamente apaixonada de novo por ninguém nem tão cedo, e isso me preocupa. Paixões costumam me mover, então como vai ser? Espero que eu esteja errada, e que minha vida volte logo a ter sentido, cor, vida de fato.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ainda verás que um filho teu não foge à luta

Copa do mundo, evento que move todo um planeta em prol de um objetivo através de uma paixão. Nessa época, cidadãos de todos os países que tem mil divergências entre si, sejam políticas, culturais ou simplesmente divergência de opinião esquecem as diferenças e se unem pra torcer por seu país. Nesse momento único de união nacional também vemos renascer em cada canto do mundo o sentimento de patriotismo que ficou para trás em algum momento de suas histórias. Seja ao se emocionar ao ouvir o hino de seu país, ao vestir a camisa de sua seleção ou ao esquecer de toda a corrupção e descaso e sentir orgulho de sua pátria.
Agora falando particularmente do brasileiro, como será o efeito dessa competição mundial que afeta tão positivamente a todos nos políticos e dirigentes? Será culpa, consciência pesada por roubar do brasileiro a dignidade e o gosto de poder sentir orgulho de seu país em seu dia a dia? Será vontade de redenção que se perde juntamente com o sentimento de patriotismo que vai embora junto com o final dos jogos? Ou será que a ambição e o egocentrismo os tornaram imunes a qualquer sentimento de unidade nacional?
É de cortar o coração ver um país rico e abundante com o Brasil nas mãos de líderes que sequer se comovem ao vê-lo brilhando a nível mundial, mostrando pra todo o mundo que por mais que não tenhamos condições para investimento em esportes como eles, temos aqui o talento que eles tanto procuram.
O que mais me dói nisso tudo é a parte que eu não gosto de admitir. É muito fácil culpar os políticos por toda a desgraça que acontece, mas quem coloca o poder em suas mãos somos nós. A Democracia é uma faca de dois gumes: temos o direito de escolher o que é melhor, mas esse direito nos torna responsáveis por tudo, responsáveis somos TODOS nós. Nessas horas me pergunto se o Brasil está mesmo preparado pra viver uma Democracia.
Não queria entrar nesse mérito mas, por mais que não pareça, futebol e política são inerentes um ao outro. Aliás, política é inerente a QUALQUER assunto e não deveria ser ignorada do jeito que tem sido atualmente. O que falta ao brasileiro é a consciência política que nossos dirigentes fazem questão de nos tirar, ou vocês acham que é a toa que a educação é tão precarizada no Brasil? Não é por acaso que os níveis de educação que recebem menos subsídios são os médio e superior, já que é exatamente neles que a consciência política do cidadão é formada.
Enfim, mesmo com toda essa trama de interesses, poder, corrupção e ignorância política por parte da maioria dos brasileiros, ainda tenho um resto de utopia e esperança no coração que clama pelo dia em que vamos ter dignidade para poder dizer em qualquer época que for: Tenho orgulho de ser brasileiro!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Pseudo imunidade.

Antes de qualquer coisa quero declarar minha felicidade pelo fato do meu blog ter novos leitores que se revelam a cada dia! Dessa vez quero mandar um alô e um “obrigada por ter vindo” pro meu amigo novinho Thales, que apesar de esquecer o nome do blog, se lembra dos assuntos abordados aqui e ainda faz propaganda pros amigos em pleno momento de descontração numa mesa de poker! Hahaha


Tem muito tempo que não escrevo por aqui, não por falta de tempo (quem me dera), mas por falta de disposição. Quem pensa que ficar parado a toa em casa é fácil está muito enganado, o sentimento predominante é de inoperância crônica, e ele não te deixa produzir muita coisa. Viver essa situação é algo que eu jamais esperava que fosse acontecer comigo, e isso tem tudo a ver com o assunto que vou abordar hoje: a pseudo imunidade que, não só eu como a maioria das pessoas, pensa ter em relação a problemas e situações que são inerentes a vida.
Sabe aquela velha história de “isso só acontece com os outros, nunca vai acontecer comigo”? Pode ser sobre uma doença, um acidente, uma gravidez, morte de algum ente querido, enfim, sobre milhões de situações e condições que todos gostamos de desconsiderar a possibilidade de que possa acontecer conosco. Algumas fatalidades que aconteceram com pessoas próximas a mim me fizeram pensar nisso. Uma amiga morreu em um acidente de carro a pouco mais de 1 mês, minha ex patroa parece estar com câncer, um grande número de meninas da faculdade estão aparecendo grávidas uma atrás da outra – claro que nesse último caso da pra se ter um mínimo de controle mas nada com eficácia total –, e quando eu soube de cada um desses casos, meu primeiro pensamento foi preocupação e depois, como sempre, tentei me colocar no lugar dessas pessoas. Não consegui e logo me veio a falsa sensação de imunidade, de “sem problemas, isso não vai acontecer comigo mesmo”. Quem garante que não? Elas com certeza pensavam assim também, e “veja você onde é que o barco foi desaguar”.
Viver absorto no conforto dessa pseudo imunidade não é uma saída muito eficiente para lidar com a vida, a não ser que você não ligue de ser pego desprevenido por um infeliz acaso que, SIM, pode acontecer com você.
Então o que fazer? Na minha breve concepção de planejamento e segurança, a saída é não brincar com a saúde, não dar sorte ao azar, dar valor à família, aos amigos, aos amores, não deixar pra amanhã o que se pode fazer hoje, aproveitar o máximo de cada dia com muito juízo e responsabilidade e NÃO FAZER COISAS se garantindo na pseudo imunidade que NINGUÉM TEM. Clichê sim, mas é a mais pura verdade pra quem quer viver uma vida de qualidade. Se vocês são como eu, qualidade tem um peso muito maior do que quantidade (não é a toa que sou botafoguense!) e essa reflexão vai ser tão profunda quanto foi pra mim, cumprindo meu papel de comunicadora. ;)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Só é feliz quem sabe o que quer.

E quem, mesmo sabendo, não tem o empurrãozinho tão necessário do destino? E quem sabe mas não tem nenhuma circunstância a seu favor? É errado mudar as vontades em função dessa falta divina de incentivo ou seja la qual for a palavra?

Ser versátil é uma dádiva mas se torna uma maldição quando há indecisão, falta de certeza. Acho que é nesse contexto que "saber o que quer" faz sentido.
É aí que me encontro, entre um saber antes forte e agora enfraquecido pelas circunstâncias e um não-saber repleto de possibilidades que talvez não possam me fazer tão feliz. Mas quem sabe o que eu dava como certo fosse errado ? Quem sabe?

Quando comecei a escrever, pensava que por mais que o passado possa vir a ser presente novamente, o tempo dele ja passou, que passado é presente que virou e ficou passado. Agora pensando bem, grandes conquistas são feitas na segunda chance, só cabe ao passado dar valor ao presente de ser presente novamente.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Anestesia geral.

Depois de um fim de semana prolongado de felicidade constante e evidente, voltei para minha vida riostrense que está tomando novos rumos e que em breve se tornará uma rotina normal – remunerada se Deus quiser!
Apesar de todos os acontecimentos, nada tinha me incomodado a escrever até agora. Estava lendo A sombra do vento e ouvindo Beatles até que me deu vontade de ouvir outra coisa e fui parar em uma música que marcou uma fase digamos negríssima da minha vida. Parei e me dei conta de que infelizmente as feridas ainda existem e doem quando se toca em um elemento tão forte e presente quanto a música, e que não há maneira de comparar a dor de antes com o resquício mínimo que vem a tona hoje quando se toca no passado.
Essa dor insustentável teve em mim um efeito anestésico, do tipo anestesia de dentista que te deixa com a boca mole por horas e horas, onde todos os outros âmbitos da minha vida se passaram “em branco” enquanto eu estava em estado vegetativo. Era como se eu estivesse morta, por mais que tentasse mostrar o contrário, por mais que tentasse me passar por forte e imune a tudo. Eu lembro que estava passando a minissérie Capitu na Globo quando as coisas começaram a desandar e a dor começou. Meu primeiro contato com ela teve um impacto grande e começou o efeito anestésico. A única coisa que me lembro daquela semana era de ficar deitada tentando desviar minha atenção da dor para a televisão – sem sucesso – sem vontade de comer, com vontade de dormir, dormir pra sempre. Não estou brincando quando digo que não lembro de nada além disso. Não lembro da minha rotina, de nenhum diálogo, NADA. Isso é preocupante quando se trata de uma pessoa que SEMPRE se lembra de tudo em detalhes.
Todos aqueles dias se passaram como um episódio aleatório sobre o qual não consigo lembrar de nada a não ser a dor que eu senti. É triste demais voltar a isso e ver como tudo se passou, em quanta coisa se perdeu em prol de outra – que por sinal também foi perdida.

Quem ilustra perfeitamente minha breve depressão é Sthepenie Meyer em Lua Nova, quando Edward vai embora e Bella entra na mesma inércia que tive o desprazer de conhecer. Não achei nenhuma fala dela descrevendo a sensação de passar por isso mas esse trecho de um diálogo entre ela e seu pai retrata como poderiam ter me visto naquele momento:


"Você não fez nada. Esse é o problema. Você nunca faz nada".
"Você quer que eu me envolva em problemas?" Eu me perguntei,
minhas sobrancelhas ficando juntas de mistificação. Eu fiz um esforço
pra prestar atenção. Não era fácil. Eu estava tão acostumada a
desligar as coisas, meus ouvidos estavam desacostumados.
"Problema seria melhor do que isso... essa amorfinação o tempo
inteiro!"
Isso me deixou com um pouco de remorso. Eu fui tão cuidadosa pra
evitar de todas as formas parecer sombria, morfinação incluído.
"Eu não estou amorfinada".
"Palavra errada", ele concedeu mal humorado. "Amorfinação seria
melhor - isso seria fazer alguma coisa. Você só está... sem vida,
Bella".


Enfim, não sei porque trouxe isso pra cá. Se por acaso algum psicólogo ler isso e encontrar relação entre os fatos e a metamorfose da Mônica de antes para a Mônica de agora, favor diagnosticar.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Em busca da Terra do Nunca.

Primeiro de tudo, minha intenção nunca foi trazer assuntos pessoais pra cá, mas como dizem “Pergunte a quem está voltando”, eu estou voltando com uma experiência que pode ajudar os marinheiros de primeira viagem em vestibular. Pensem muito bem nas suas escolhas.

Acho que este é o momento mais difícil que já vivi nesses 19 anos de existência. Não sei nem por onde começar dentre tantas angústias, sentimentos, decisões e suas conseqüências. Estou vivendo num estado constante de nostalgia, indecisão e, ao mesmo tempo, medo. Medo do futuro, medo de me arrepender das minhas escolhas novamente, medo de arriscar.

Acabei de fazer minha inscrição de disciplinas para esse semestre. Minha grade está uma zona, estou no 5° período mas só pude pegar duas matérias do 3° e uma do 5° (isso porque tenho uma matéria do 4° que está presa). Quando a coordenadora do meu curso viu minha grade, fez uma cara de desaprovação – típica de professores do Serviço Social – e perguntou se era isso mesmo, eu confirmei. A situação seria realmente desesperadora se eu não pretendesse desistir.

Desistir soa tão pejorativo. Me sinto covarde ao ver a situação dessa maneira, como se eu ainda pudesse lutar, me dedicar mais um pouquinho... eu sei que é isso que as pessoas pensam, mas faculdade não é pra “se esforçar para gostar” mas “gostar para se esforçar”.

Quando cheguei em casa, contei aos meus pais a situação da minha grade e falei sobre o período de trancamento. Eles já sabiam mas reagiram reprovando minha decisão. Típico, já estou mais que acostumada a ter que lutar pela aceitação deles em relação às minhas escolhas, mas nesse momento que eu estou vivendo, me atingiu em cheio. Como se já não fosse suficiente essa tempestade de sentimentos ruins. Tudo que eu precisava agora é apoio, ajuda pra ver a luz no final desse túnel em que me enfiei há 2 anos, e não ter aulas sobre o futuro do pretérito: você deveria ter feito isso e aquilo...

Desde quando comecei a faculdade eu venho sofrendo esse embate. Amigos testemunharam cada uma das crises de identidade que tive com o curso, todos me aconselharam a correr atrás do meu sonho, mas eu, como sempre, escolhi o caminho mais fácil e resolvi empurrar com a barriga, quer dizer, me empurrar pro fundo do poço.

O mais difícil disso tudo é lidar com a “perda” da única coisa que me manteve ali até hoje: meus amigos, nosso ambiente, aquelas mesas do lado da rampa em que todos matam aula sem o menor escrúpulo pra jogar carta, aquela quadra em que acontecem as peladas mais engraçadas com as pessoas mais engraçadas, os Lá-ta-rolando na Tia, as festas... Eles vão continuar lá no mesmo lugar, disponíveis, fazendo as mesmas coisas, mas eu não. Nunca mais vai ser a mesma coisa.
Acontece que no período passado eu cheguei no meu limite de Serviço Social e, mesmo sendo tentador, não dá mais pra continuar de brincadeira empurrando a coisa séria com a barriga porque eu tenho um futuro pra construir.

Tomei a decisão com muita certeza, como se fosse conseguir num passe de mágica o que não consegui fazer em 2 anos. Preciso largar esses “narcóticos”, mas não é nada fácil lidar com a perda, com mudanças. Principalmente pra mim, a acomodada mor. Ir a UFF hoje foi um sacrifício, subir aquela rampa, andar por aqueles corredores em clima de despedida. Meu coração ta apertado até agora.

Essa é só uma parte do problema.

Depois de 4 anos, hoje terminei o curso de inglês. Não estou feliz como deveria por conta disso tudo que ta acontecendo e porque não gosto quando acabam certas etapas da vida. Por mim, ficaria no ensino médio e faria curso de inglês para sempre sem que isso fosse considerado vagabundagem. Enfim cheguei a palavra chave: vagabundagem. Quando conversei com meus pais, eles perguntaram quais são meus planos agora que o curso acabou e que eu vou trancar a faculdade. “Ficar em casa é que você não vai!”
Realmente não planejo ficar em casa mas não é nessa velocidade que anda a carruagem. Se ficar em casa esperando o desenrolar natural das coisas for me custar olhares reprovadores e sermão diário, sinceramente não sei o que vai ser de mim.

O plano por agora é trabalhar, começar minhas aulas de teatro e quem sabe trabalhar e fazer uns cursos fora do Brasil pro meio do ano. Meu Jornalismo ainda não tem data prevista. A questão é que nada disso vai me custar pouco e nada vai cair do céu. E eu não sei por onde começar.

Não sabia que crescer era tão difícil.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O patinho feio

Antes de qualquer coisa, estou muito feliz porque descobri que meu blog tem leitores! E mais ainda por eles gostarem do que lêem aqui. Fico feliz por ser “ouvida” e por meus pensamentos terem alguma relevância pra mais alguém além de mim! haha


Bem, não sei por onde começar. Além de os quatro dias mais esperados do ano terem acabado de se passar e com eles ter surgido aquelas milhões de novidades engraçadas, outras coisas mais importantes andaram me chamando a atenção. Uma delas é até relacionada ao que acontece muito no carnaval, e hoje o post vai ser sobre isso.

Tudo começou com um corte maldoso que eu dei em um qualquer que chegou me abordando:
- Qualquer: você tem cara de que não fica com homem feio

Eu dei uma analisada rápida no cara e constatei logo que ele não fazia meu tipo...

- Eu: É, pois é

E saí andando.
Depois eu e minhas amigas conversamos mais ou menos sobre isso. É muito chato quando algum garoto chega em você e você faz aquela análise superficial e descarta de cara por o achar feio. E pior, quando ele pergunta “Por que você não quer ficar comigo? Eu sou feio?”. Uma das minhas amigas disse que as vezes tem vontade de responder “Você quer que eu responda a verdade ou o que você quer ouvir?”, mas ela, assim como eu, preza a auto estima das pessoas e nunca dá uma resposta negativa.
Já a outra não liga:
- Como eu faço pra ficar com você?
- Nasce de novo

Pra gente que vê é engraçado, mas imagina como o cara ficou se sentindo. Claro que quem aborda as pessoas desse jeito escrachado – que eu, particularmente, DETESTO e não acho que seja muito eficiente – tem que estar preparado pra tudo.
O que me chamou a atenção não foi essa relação ação masculina – reação feminina, mas o fato de nós, tanto mulheres quanto homens, fazermos esse julgamento tão superficial sobre as pessoas. Tem tantos outros pontos importantes – mais importantes até – a serem levados em consideração além da aparência! O que acaba acontecendo quando se dá a oportunidade de o patinho feio pelo menos trocar uma idéia é a descoberta de que ele é tão legal, simpático, educado que acaba se tornando “pegável” e, dependendo da evolução do relacionamento, tem potencial pra ser um companheiro muito melhor do que o gatão que você certamente daria preferência se não estivesse tão gentil no dia em que deu oportunidade de o feinho mostrar suas qualidades.
O contrário também pode acontecer. O bonitão, dependendo de seu comportamento, da afinidade, das suas qualidades e defeitos pode se tornar um ogro.
Resultado: os patinhos feios dependem da boa vontade dos outros enquanto os gatões tem a preferência.
Um tanto injusto mas parcialmente justificável, afinal, quem é que vai preferir beijar um brucutu podendo beijar um colírio? Harmonia é o segredo.
E outra, NO MÍNIMO quem fica com o desprovido de beleza tem que achar alguma graça no sujeito, nem que seja um charme, um sorriso bonito... Não é pra sair fazendo caridade e dando chance a completos terríveis que, AOS SEUS OLHOS, tem uma feiúra imutável. Não sou adepta ao Teorema de Carlão mas sim a dar chance de o patinho feio se mostrar e sofrer mutação ótica.
O que está em cheque é o julgamento instantâneo e fútil de beleza. Para mim, beleza, seja ela como for, continua pondo mesa.