segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ainda verás que um filho teu não foge à luta

Copa do mundo, evento que move todo um planeta em prol de um objetivo através de uma paixão. Nessa época, cidadãos de todos os países que tem mil divergências entre si, sejam políticas, culturais ou simplesmente divergência de opinião esquecem as diferenças e se unem pra torcer por seu país. Nesse momento único de união nacional também vemos renascer em cada canto do mundo o sentimento de patriotismo que ficou para trás em algum momento de suas histórias. Seja ao se emocionar ao ouvir o hino de seu país, ao vestir a camisa de sua seleção ou ao esquecer de toda a corrupção e descaso e sentir orgulho de sua pátria.
Agora falando particularmente do brasileiro, como será o efeito dessa competição mundial que afeta tão positivamente a todos nos políticos e dirigentes? Será culpa, consciência pesada por roubar do brasileiro a dignidade e o gosto de poder sentir orgulho de seu país em seu dia a dia? Será vontade de redenção que se perde juntamente com o sentimento de patriotismo que vai embora junto com o final dos jogos? Ou será que a ambição e o egocentrismo os tornaram imunes a qualquer sentimento de unidade nacional?
É de cortar o coração ver um país rico e abundante com o Brasil nas mãos de líderes que sequer se comovem ao vê-lo brilhando a nível mundial, mostrando pra todo o mundo que por mais que não tenhamos condições para investimento em esportes como eles, temos aqui o talento que eles tanto procuram.
O que mais me dói nisso tudo é a parte que eu não gosto de admitir. É muito fácil culpar os políticos por toda a desgraça que acontece, mas quem coloca o poder em suas mãos somos nós. A Democracia é uma faca de dois gumes: temos o direito de escolher o que é melhor, mas esse direito nos torna responsáveis por tudo, responsáveis somos TODOS nós. Nessas horas me pergunto se o Brasil está mesmo preparado pra viver uma Democracia.
Não queria entrar nesse mérito mas, por mais que não pareça, futebol e política são inerentes um ao outro. Aliás, política é inerente a QUALQUER assunto e não deveria ser ignorada do jeito que tem sido atualmente. O que falta ao brasileiro é a consciência política que nossos dirigentes fazem questão de nos tirar, ou vocês acham que é a toa que a educação é tão precarizada no Brasil? Não é por acaso que os níveis de educação que recebem menos subsídios são os médio e superior, já que é exatamente neles que a consciência política do cidadão é formada.
Enfim, mesmo com toda essa trama de interesses, poder, corrupção e ignorância política por parte da maioria dos brasileiros, ainda tenho um resto de utopia e esperança no coração que clama pelo dia em que vamos ter dignidade para poder dizer em qualquer época que for: Tenho orgulho de ser brasileiro!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Pseudo imunidade.

Antes de qualquer coisa quero declarar minha felicidade pelo fato do meu blog ter novos leitores que se revelam a cada dia! Dessa vez quero mandar um alô e um “obrigada por ter vindo” pro meu amigo novinho Thales, que apesar de esquecer o nome do blog, se lembra dos assuntos abordados aqui e ainda faz propaganda pros amigos em pleno momento de descontração numa mesa de poker! Hahaha


Tem muito tempo que não escrevo por aqui, não por falta de tempo (quem me dera), mas por falta de disposição. Quem pensa que ficar parado a toa em casa é fácil está muito enganado, o sentimento predominante é de inoperância crônica, e ele não te deixa produzir muita coisa. Viver essa situação é algo que eu jamais esperava que fosse acontecer comigo, e isso tem tudo a ver com o assunto que vou abordar hoje: a pseudo imunidade que, não só eu como a maioria das pessoas, pensa ter em relação a problemas e situações que são inerentes a vida.
Sabe aquela velha história de “isso só acontece com os outros, nunca vai acontecer comigo”? Pode ser sobre uma doença, um acidente, uma gravidez, morte de algum ente querido, enfim, sobre milhões de situações e condições que todos gostamos de desconsiderar a possibilidade de que possa acontecer conosco. Algumas fatalidades que aconteceram com pessoas próximas a mim me fizeram pensar nisso. Uma amiga morreu em um acidente de carro a pouco mais de 1 mês, minha ex patroa parece estar com câncer, um grande número de meninas da faculdade estão aparecendo grávidas uma atrás da outra – claro que nesse último caso da pra se ter um mínimo de controle mas nada com eficácia total –, e quando eu soube de cada um desses casos, meu primeiro pensamento foi preocupação e depois, como sempre, tentei me colocar no lugar dessas pessoas. Não consegui e logo me veio a falsa sensação de imunidade, de “sem problemas, isso não vai acontecer comigo mesmo”. Quem garante que não? Elas com certeza pensavam assim também, e “veja você onde é que o barco foi desaguar”.
Viver absorto no conforto dessa pseudo imunidade não é uma saída muito eficiente para lidar com a vida, a não ser que você não ligue de ser pego desprevenido por um infeliz acaso que, SIM, pode acontecer com você.
Então o que fazer? Na minha breve concepção de planejamento e segurança, a saída é não brincar com a saúde, não dar sorte ao azar, dar valor à família, aos amigos, aos amores, não deixar pra amanhã o que se pode fazer hoje, aproveitar o máximo de cada dia com muito juízo e responsabilidade e NÃO FAZER COISAS se garantindo na pseudo imunidade que NINGUÉM TEM. Clichê sim, mas é a mais pura verdade pra quem quer viver uma vida de qualidade. Se vocês são como eu, qualidade tem um peso muito maior do que quantidade (não é a toa que sou botafoguense!) e essa reflexão vai ser tão profunda quanto foi pra mim, cumprindo meu papel de comunicadora. ;)